sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Japão tem problemas de logística para iniciar vacinação, dizem especialistas ouvidos pela Reuters

Entre os problemas estão a falta de freezes para estocar as vacinas e a dúvida ser haverá gente suficiente para aplicar o imunizante

vacinação contra Covid-19
O Japão enfrenta problemas logísticos para implantar o sistema de vacinação contra Covid-19, obstáculos que podem atrasar a campanha que vem sendo criticada como lenta, segundo especialistas, publicou a Reuters. 

O país será prejudicado pela falta de contêineres e gelo seco, além de problemas no recrutamento de equipes médicas, disseram à Reuters mais der uma dúzia de pessoas envolvidas na campanha de vacinação. 

Estes problemas colocam mais pressão sobre o primeiro-ministro Yoshihide Suga, que disse que as vacinas são essenciais para a realização da Olimpíada de Tóquio, prevista para 23 de julho. 

As primeiras vacinas deverão ser aplicadas em trabalhadores da saúde no final de fevereiro, e precisará administrar pelo menos 870 mil injeções por dia para atingir metade da população, sendo que cada pessoa precisará de duas doses. 

O assessor do governo para a resposta à Covid-19, Koji Wada, disse que o plano do governo representa um fardo para os municípios, que serão responsáveis pela imunização de seus moradores. 

“Metrópoles como Tóquio podem ter infraestrutura para implementar a vacinação sem problemas, mas nas áreas rurais podem ter mais dificuldade”, disse. 

O governador de Kanagawa, Yuji Kuroiwa, comentou em entrevista recente que a tarefa é enorme. “Ainda é difícil prever quão difundidas e eficazes serão as vacinações antes das Olimpíadas”, disse. 

A vacina da Pfizer Inc. precisa ser armazenada a menos de 75 graus Celsius, temperatura muito mais baixa que os freezers convencionais, e mesmo as empresas especializadas em transportar medicamentos podem não ter recipientes suficientes para o transporte. 

O governo não começou a avaliar esse aspecto da distribuição das vacinas, segundo publicou a Reuters, citando uma fonte. 

O ministro Taro Kono, designado como responsável pela vacinação no Japão, publicou no Twitter que o desafio envolverá a coordenação de médicos, transporte, preparação de freezers, descarte de agulhas e o trato com alguns governos locais deverá ser feito por diferentes ministérios. 

Na quarta-feira (27), o governo central realizou uma simulação em Kawasaki, província de Kanagawa, mesmo com o país não tendo ainda uma vacina aprovada. 

Segundo a Reuters, o governo japonês comprou vacina para inocular 72 milhões de pessoas, ou mais da metade da população, e está adquirindo 20 mil refrigeradores apropriados para estocar o inoculante em grande quantidade de gelo seco. 

O país fabrica 350 mil toneladas de gelo seco a cada ano, usado para preservar alimentos. Mas o governo precisará de um tipo granulado ou em pó, capaz de manter a temperatura mais baixa que o gelo seco comum. 

Para complicar ainda mais a situação, uma pessoa de uma fabricante disse que o método de produção deste gelo seco especial é diferente e pode levar meses para reequipar a empresa. 

A transportadora Nippon Express Co. Ltda está erguendo quatro depósitos para este fim, mas não estarão prontos até fevereiro e não foram projetados para alcançar a temperatura exigida para a vacina da Pfizer, disse a fonte. 

Já a Nihon Freezer Co. está produzindo 2.300 freezers para o governo, sem um contrato assinado ainda, até que as primeiras vacinas possam ser aprovadas, disse um funcionário. Estes equipamentos podem ser conectados em tomadas de 100 Volts, padrão no país. 

O funcionário desta empresa disse que metade já foi fabricada, sendo que o restante será concluído até junho, citando a dificuldade de encontrar componentes por causa do aumento repentino de produção. 

Outro problema é o fato de que as vacinas deverão ser aplicadas por profissionais médicos, que já estão sobrecarregados com o atendimento aos pacientes. 

A Kyodo News divulgou uma pesquisa na qual 80% dos governos provinciais estão preocupados se terão gente suficiente para aplicar as vacinas. 

Em alguns lugares do país já foram enviados enfermeiros das Forças de Autodefesa, contando com cerca de 2.000 médicos e enfermeiras qualificados para isso. 

Tudo isso, segundo Yoshihito Niki, especialista em doenças infecciosas do Hospital Universitário Showa, pode gerar dúvidas quanto a realização das Olimpíadas, mas ele diz ser melhor agir com cautela com as vacinas.
Fonte: Alternativa

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Suga promete acelerar início das vacinações

O governo planeja iniciar as vacinações para profissionais da saúde no fim de fevereiro e idosos no fim de março

Primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga
O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, diz que o governo vai liderar esforços para iniciar rapidamente as vacinações contra coronavírus no país.

Suga fez o comentário na terça-feira (19) quando se encontrou com altos membros da força-tarefa sobre o vírus do dominante Partido Liberal Democrático.

Ele recebeu uma lista de recomendações compiladas pela força-tarefa, incluindo uma proposta que o governo deixará que todas as pessoas saibam quando as vacinações estarão disponíveis.

O governo planeja iniciar as vacinações para profissionais da saúde no fim de fevereiro e idosos no fim de março, seguidos por pessoas com problemas de saúde subjacentes.

Suga disse que pediu ao ministro de reforma regulatória, Taro Kono, para coordenar o processo de lidar com as vacinações, visto que muitos ministérios e agências estão envolvidos na operação.

O primeiro-ministro reiterou que o governo vai liderar esforços para iniciar as vacinações o mais rápido possível.
Fonte: Portal Mie com NHK

sábado, 9 de janeiro de 2021

‘Não há garantia que as Olimpíadas serão realizadas’, diz membro veterano do COI

O membro veterano do COI, Dick Pound, continua na incerteza se os Jogos de Tóquio seguirão em frente

Tokyo 2020
Dick Pound, membro veterano do Comitê Olímpico Internacional (COI), continua na incerteza se os Jogos de Tóquio seguirão em frente.

Isso ocorre após organizadores terem dito que estarão prontos para sediar os Jogos reprogramados – apesar da cidade ter declarado estado de emergência por causa da Covid-19.

“Não posso ter certeza porque o permanente *elefante na sala seria os aumentos nos casos do vírus”.

Os Jogos reprogramados devem ocorrer entre 23 de julho e 8 de agosto.

No início da quinta-feira (7), o primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga disse que havia um “senso de crise”, quando ele anunciou planos de emergência para a Covid-19.

“Essa declaração oferece uma oportunidade para a Tokyo 2020 planejar por Jogos seguros neste verão”, disseram os organizadores.

Custos para os Jogos aumentaram em US$2,8 bilhões por causa das medidas necessárias para prevenir a propagação do coronavírus.

*A expressão “Um elefante na sala”, ou “Elephant in the room” é uma metáfora do inglês americano utilizado quando existe algum problema óbvio ou uma situação delicada no “ambiente”, e ninguém comenta sobre ou toca no assunto.
Fonte: Portal Mie com BBC