Navio com pesquisadores partiu nesta sexta para missão de quatro meses.
Cientistas querem escavar 7 mil metros abaixo do fundo do mar.
Uma equipe de sismólogos iniciou nesta sexta-feira (13) uma missão com duração de quatro meses que tem o objetivo de perfurar a crosta terrestre em frente à costa do Japão. A expedição vai ajudar a determinar a origem dos terremotos.
Os cientistas saíram a bordo do navio especializado Chikyu, que significa Terra em japonês, dotado com equipamentos de satélites e de uma torre de perfuração de 121 metros que pode escavar 7.000 metros abaixo do fundo do mar.
O barco zarpou do porto de Shimizu (centro do Japão) e retomará, a 80 km da costa japonesa, um trabalho de perfuração iniciado em 2007 que prossegue regularmente desde então sob o Oceano Pacífico. Os investigadores perfurarão até a falha de Nankai ("a falha do mar do sul"), onde a placa do Mar das Filipinas passa sob a Placa Eurasiática.
A intensa atividade geológica desta zona pode provocar no longo prazo um terremoto potencialmente devastador, muito maior que o de magnitude 9 de 11 de março de 2011 que ocorreu mil quilômetros a nordeste desta zona e que causou um gigantesco tsunami. O Japão é alvo de 20% dos principais terremotos mundiais.
Instalação de sensores
Para saber mais sobre estes fenômenos, os cientistas querem perfurar até 3.600 metros sob o fundo oceânico durante esta missão. Durante outra missão no mesmo local no próximo ano espera-se chegar aos 5.200 metros, onde há fricção entre as placas.
"Pela primeira vez se perfurará diretamente até uma zona sísmica, onde é possível gerar uma energia considerável e provocar movimentos da crosta terrestre ao longo das falhas, provocando tsunamis", explicou Tamano Omata, um investigador da agência japonesa de ciências e tecnologias marinhas e terrestres.
Os investigadores planejam instalar sensores na crosta e conectá-los a um sistema de análises situado em terra firme. "Queremos estudar como a crosta terrestre se move nos instantes anteriores aos terremotos" com o objetivo de prever melhor os terremotos no futuro, acrescentou Omata.
Fonte: G1 com France Presse | Foto: Toshifumi Kitamura/AFP
Nenhum comentário:
Postar um comentário