Empresa japonese que cria vegetais “sem água” desenvolve método de produzir tomates na água salgada
Há uma estufa agrícola trabalhando em um projeto de cultivo inovador bem próximo à Praia de Kokufu Shirahama, um famoso ponto de surfe na cidade de Shima (Mie). À primeira vista, os tomates que crescem na estufa parecem tomates comuns, mas eles foram criados com água salgada, que é uma mistura da água do mar diluída com água da chuva.
Shohei Toyonaga, CEO da venture POMONA FARM, desenvolveu uma tecnologia que permite que as plantas absorvam água do mar. Ele está trabalhando em novas pesquisas agrícolas com foco na água, já que a água doce está cada vez mais difícil de ser obtida em muitas partes do mundo devido ao aumento do nível do mar e a outros fatores.
Em sua fazenda na cidade de Taki, na província de Mie, Toyonaga também usa um método de cultivo de vegetais que desafia o senso comum. Trata-se de uma iniciativa para cultivar vegetais não com água, mas com “umidade”.
As técnicas de cultivo de Toyonaga são todas incomuns, mas a qualidade é garantida. Seus produtos são usados em hotéis e restaurantes famosos e estão ganhando popularidade.
No ano passado, o Japão teve o verão mais quente da história, mas a mudança climática não é um problema apenas do Japão. Até mesmo o principal secretário-geral da ONU, António Guterres, conclamou o mundo a reforçar suas medidas, dizendo que a era do aquecimento global acabou e que a era da ebulição global chegou.
Diante desse cenário, Toyonaga lançou um novo projeto. O desafio é criar um sistema que permita uma agricultura estável usando energia renovável, mesmo no calor da chamada “era da ebulição”.
“Meus colegas agricultores perderam todas as suas mudas, e há cada vez menos lugares no arquipélago japonês produzindo até mesmo os tomates de verão”, comenta o empresário.
A equipe foi formada com a Yazaki Energy Systems, uma fabricante de equipamentos de ar-condicionado e outros produtos na cidade de Hamamatsu (Shizuoka). Eles estão trabalhando em um projeto para cultivar morangos em uma estufa construída em um canto da fábrica e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de energia.
Neste inverno, houve mudanças bruscas de temperatura, mas os morangos floresceram mais rápido do que o esperado. Toyonaga também expressou seu alívio, dizendo: “Ultrapassamos um grande obstáculo. Depois de mais um mês, vários morangos vermelhos brilhantes cresceram. O sabor e o aroma também parecem ser excelentes“.
O consumo de energia foi reduzido com sucesso para um terço do consumo em fazendas.
Mesmo na era da “ebulição global”, um novo tipo de agricultura está florescendo para dar cor à mesa de jantar.
Fonte: Portal Mie com CTV