sábado, 30 de junho de 2012

Medo acompanha pescadores em região marcada por desastre nuclear no Japão

Trabalhadores tentam retomar atividades em ritmo normal, enquanto autoridades se mostram cautelosas sobre acúmulo de radiação na cadeia alimentar marinha

A pesca de seis pequenos barcos - a primeira frota a retomar a atividade comercial nas águas de Fukushima desde a catástrofe nuclear do ano passado - foi colocada à venda em um supermercado local na segunda-feira, dia 25 de junho, aumentando ao mesmo tempo esperanças e preocupações em uma região que tenta retornar sua rotina.

Por enquanto, a pesca está restrita ao polvo e um tipo de marisco, pois essas espécies são menos propensas a armazenar partículas radioativas em seus corpos. Assim, a venda de peixes foi um marco para uma fonte vital de alimento e emprego na região.

"O ano passado foi longo e difícil, mas eu nunca desisti de ser um pescador", disse Toru Takahashi, 57 anos, antes de zarpar em seu barco no início do sábado, dia 23 de junho, de Matsukawa, 48 quilômetros ao norte da usina nuclear atingida Fukushima Daiichi.
Mas a esperança dos pescadores em continuar trabalhando nas águas em que pescam há décadas está causando um certo desconforto em diversas regiões do Japão. Especialistas disseram que os efeitos que a catástrofe teve sobre o oceano ainda não foram totalmente compreendidos.
Horas antes de os barcos terem descarregado suas pescas, o governo proibiu pescadores de Fukushima de venderem 36 tipos de peixes. Até então, não havia nenhuma proibição específica sobre pesca perto de Fukushima, já que os pescadores da região suspenderam voluntariamente seu trabalho após o tsunami que levou a um desastre nuclear.

"Não somos contra o retorno dos pescadores à região de Fukushima desde que eles possam mostrar que o que estão pescando não contém altos níveis de radiação", disse Yasunobu Matsui, um oficial do governo para a segurança alimentar. "Nós só não queremos que eles cometam um erro e pesquem algo contaminado."

Efeitos
O Japão ainda está lidando com os efeitos dos problemas na usina, que registrou recorde de liberação acidental de material radioativo no mar.
O que isso significa para a vida marinha está longe de ser resolvido, disse Matsui. Fora da usina, a radiação é bastante difusa para representar risco imediato para a saúde humana, mas especialistas temem que o material radioativo possa se acumular na cadeia alimentar marinha.
"Dado o fato de que o Japão tem a maior taxa de consumo de frutos do mar no mundo, entendermos o impacto da radição na vida marinha é uma tarefa muito importante", observou Ken Buesseler, químico marinho que estudou a quantidade de radiação que vazou ao longo da costa.
Fonte: iG com The New York Times

sábado, 23 de junho de 2012

Nuvem em forma de chapéu é vista no céu do Japão


Esta nuvem no raro formato de chapéu apareceu sobre o Monte Fuji, depois que um tufão atingiu o Japão.
A nuvem em forma de chapéu, também conhecida como tsurushi-gumo, ou nuvem pendurada, foi vista na manhã de quarta-feira.

O fenômeno ocorre quando os ventos na região do monte Fuji ficam muito fortes ou após tempestades tropicais.

A nuvem rara desapareceu meia-hora depois de ter sido filmada pela TV japonesa, porque o céu ficou nublado.
Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Após blecaute nuclear, Japão prepara reativação dos primeiros reatores

País planeja ligar reatores 3 e 4 da usina de Oi, em Fukui.
Crise nuclear levou governo a desligar seus 54 reatores.

O Japão planeja reativar os primeiros reatores nucleares do país na próxima semana, após ter interrompido as atividades em todas as suas centrais atômicas em maio, na esteira da crise de Fukushima, informou nesta quinta-feira (31) o diário "Nikkei".

O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, irá autorizar a reativação dos reatores 3 e 4 da usina de Oi, na província de Fukui, após ter recebido o apoio da associação de governos da região. "Pelo bem da prosperidade da economia japonesa e da sociedade, a geração de energia nuclear continua sendo importante", disse Noda.

Ainda pendente de um anúncio oficial por parte de Noda, a reabertura dos reatores de Oi representará a primeira desde que, por revisão ou manutenção, foram suspensas as atividades dos 54 reatores do país após o início da crise nuclear em Fukushima, em março de 2011.

Desde que o Japão se viu em um blecaute nuclear, em 5 de maio, fato ocorrido pela primeira vez em 42 anos, o governo exerceu pressão para reativar os reatores de Oi, para o que superou a firme oposição dos governos locais e diante do temor de não poder garantir a demanda elétrica no verão.

O primeiro-ministro quer anunciar a reabertura da central de Oi na semana que vem, para que, após um processo de reativação que dura entre quatro e seis semanas, a região de Kansai possa contar novamente com o fornecimento de energia nuclear até meados de julho, quando a demanda elétrica deverá chegar a seu máximo.

O blecaute nuclear forçou as operadoras elétricas japonesas a potencializarem o uso das usinas térmicas, o que aumenta as importações de petróleo e de gás liquefeito, afetando consideravelmente a balança comercial japonesa.
Fonte: G1 com EFE